domingo, 24 de outubro de 2010

Relato de Um Homem de Bom Coração – Prefácio

 

 

A escuridão existe. Nunca pude entender um sonho que um dia tive. Era noite, escura e densa. Eu dirigia desesperadamente, não sabia se perseguia ou fugia de alguma coisa. Só sabia mesmo que era desesperador. Minhas mãos suavam, mas estava frio. Avistei um túnel, e algo me dizia para não passar por ali, mas que escolha tivera? Não havia outro caminho. Acelerei o carro mais ainda e atravessei o túnel, e logo que saí, bati em alguma coisa. Logo brequei o carro e fui ver o que era. Meu Deus. Eu havia atropelado um homem. Assim que tentei voltar para o carro para pegar meu celular e depois olhei de novo, o corpo não estava mais lá. Eu queria voltar, mas um paredão surgiu, bloqueando a passagem de onde eu viera. Droga, eu não sabia o que fazer. Avistei um farol, e algo no meu coração me dizia que era o único lugar seguro na terra. Comecei a correr desesperadamente, mas a escuridão parecia correr atrás de mim. Eu sentia que ela queria possuir minha mente, meu corpo e minhas ações. Eu não queria, então só corria e não pensava em absolutamente nada. Ao chegar no farol, eu acordei. Estava em meu quarto, numa noite de outono. Não fazia calor, nem frio. Mas mesmo tendo acordado de um sonho, a escuridão parecia ainda me perseguir com força. Eu a sentia ali no meu quarto, tentando tomar posse de mim, mas eu não deixei...

Na maioria das vezes, as pessoas têm medo de tudo aquilo que não conhecem. O fato é que eu conhecia muito bem a escuridão... havia passado mais de mil dias em sua companhia, e aprendi com ela... mas o que, de fato nunca pude entender, é como um simples e pequeno feixe de luz é capaz de romper a mais densa e profunda escuridão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário